Lançado em 2004, o observatório espacial Swift tem como missão detectar explosões de raios gama. Durante sete anos de observação as imagens mostraram grandes e luminosas explosões ocorridas no buraco negro de nossa galáxia.
Image Credit: NASA/Swift/N. Degenaar (Univ. of Michigan)
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As informações, divulgadas pela NASA na reunião anual da Sociedade Astronômica Americana, são únicas e podem ajudar a decifrar a natureza física das explosões de raio-X. É a descoberta de uma entidade celestial rara - uma subclasse rara de estrela de nêutrons - e que pode ajudar os cientistas a testar previsões da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
O buraco negro central da galáxia, batizado de Sagitário A ou Sgr A, fica no centro da região mais interna da Via Láctea, 26 mil anos-luz de distância na direção da constelação de Sagitário. A sua massa é de pelo menos 4 milhões de vezes a do Sol. Apesar de seu tamanho considerável, não é tão brilhante como ele poderia ser se fosse mais ativo, de acordo com especialistas.
Para compreender melhor o comportamento do buraco negro ao longo do tempo, a equipe do Swift começou a fazer observações regulares do centro da Via Láctea desde fevereiro de 2006. Todos os dias, a nave espacial Swift vira-se para a região mais interna da galáxia e o observa durante 17 minutos com o seu telescópio de raios-X (XRT).Até o momento, o telescópio XRT da sonda Swift detectou seis emissões luminosas durante o qual a emissão de raios-X do buraco negro foi até 150 vezes mais brilhante por duas horas. Essas novas detecções permitiram à equipe estimar que emissões semelhantes ocorrem a cada cinco ou dez dias. Os cientistas agora vão observar as diferenças entre as explosões para decifrar sua natureza física.
Nuvem de gás frio vai ser afetada pelo buraco negro
Em 2014 uma nuvem de gás frio chamada G2, com cerca de três vezes a massa da Terra, vai passar perto de Sgr A. A nuvem já está sendo afetada pelas marés do poderoso campo gravitacional do buraco negro Sgr A. Os astrônomos esperam que a nuvem G2 sofra grandes alterações quando estiver próxima do buraco negro. Isso vai acontecer durante o segundo trimestre deste ano.
Se alguns filamentos da nuvem de gás realmente atinge Sgr A, os astrônomos podem assistir a um aumento significativo na atividade do buraco negro. O evento se desenvolverá ao longo dos próximos anos, dando aos cientistas um lugar na primeira fila para estudar os fenômenos.
Esta simulação mostra o comportamento futuro da nuvem de gás G2, agora se aproximando Sgr A, o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea. Emissão de raios-X a partir da interação de maré da nuvem com o buraco negro é esperada em algum momento neste ano de 2014. Image Credit: ESO/MPE/M.Schartmann
Rara subclasse de estrelas de nêutrons
Os cientistas viram o que eles pensavam que era apenas um sinal no mês de abril (2013), quando a sonda Swift detectou uma poderosa explosão de alta energia e um aumento dramático no brilho de raios-X na região do Sgr A. Eles estavam animados para descobrir a atividade que surgiu de fonte separada muito próxima do buraco negro: a subclasse rara de estrela de nêutrons.
Uma estrela de nêutrons é o núcleo esmagado de uma estrela destruída por uma explosão de supernova, a área da massa equivalente a meio milhão de Terras em uma esfera não é maior do que a capital dos Estados Unidos, Washigton. A estrela de nêutrons, chamada SGR J1745-29, é um magnetar, ou seja, o seu campo magnético é milhares de vezes mais forte do que uma estrela média de nêutrons. Apenas 26 magnetares foram identificados até o momento.
Com as informações coletadas durante as emissões de raios-X os cientistas também poderão testar previsões da teoria geral da relatividade de Albert Einstein.
Fonte: http://www.nasa.gov