01 ano do jipe-robô Curiosity em Marte

Washington – Um ano desde o pouso em Marte, o jipe-robô Curiosity e o Laboratório de Ciência de Marte (MSL), que se encontra a bordo, responderam à grande dúvida para a qual a nave foi enviada para investigar: as condições ambientais marcianas já foram propícias à vida? Sim, é a resposta da Curiosity. 

O que agora é um planeta frio e seco foi certa vez um lugar quente e úmido, com água, provavelmente pura o suficiente para beber.



A Nasa e organizações científicas parceiras comemoraram o aniversário do histórico pouso da espaçonave de 6 de agosto, relembrando os momentos exuberantes do pouso no controle da missão, as realizações de engenharia que fizeram isso acontecer e a surpreendente ciência que a nave está conduzindo e continuará a perseguir no futuro.

Video sobre o aniversário do Curiosity

O Curiosity, que equivale ao tamanho de um automóvel, transporta um conjunto de câmeras capazes de fornecer imagens em primeiro plano da superfície, o que permitiu aos cientistas tirar as conclusões sobre o meio ambiente do passado. O MSL capturou fotos do que parece ser um leito seco, semelhante aos que podem ser encontrados na Terra, com características geológicas que revelam o que a Nasa chama de “um vigoroso fluxo de corrente antigo”. Pela primeira vez, os cientistas tiveram uma imagem em primeiro plano de depósitos de cascalho em Marte, como se a água corrente tivesse acabado de depositá-los.

“Sabemos agora que Marte ofereceu condições favoráveis ​​para a vida microbiana há bilhões de anos”, disse o cientista do projeto da missão, John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “O sucesso tem sido gratificante, mas também aguçou nosso apetite para saber mais.”

O jipe-robô está agora a caminho da base do Monte Sharp, um local de aterrissagem escolhido cuidadosamente. Observações feitas por naves orbitais anteriores demonstraram que a montanha expôs camadas geológicas, incluindo aquelas originárias de um meio ambiente úmido, disse Grotzinger. “Esperamos que essas tentadoras camadas no Monte Sharp venham a preservar uma grande diversidade de outras condições ambientais que poderiam ter afetado a habitabilidade.”

Ken Edgett, principal pesquisador científico da missão, viu a primeira imagem do Monte Sharp em fotografias tiradas de centenas de quilômetros acima da superfície há mais de uma década. Ele estava envolvido na identificação da montanha como um alvo científico principal da missão do Curiosity.

“Cada camada é uma página de um livro de história”, disse Edgett. Ele foi um dos cientistas e engenheiros da missão que analisaram o primeiro ano do Curiosity em um programa de televisão da Nasa em 6 de agosto. “Podemos ir lá e ver: não há apenas registros de ambientes habitáveis ​​gravados lá, mas de que maneira o meio ambiente muda ao longo do tempo?”

O Curiosity chegará em breve ao Monte Sharp e começará a fotografar e colher amostras das camadas que fornecem dados diferentes de períodos sucessivos da história planetária.
Todos os dados, fotos e informações que o Curiosity já forneceu – e as descobertas que ainda virão – formam a base da exploração planetária expandida do futuro. “Os sucessos do nosso Curiosity – aquele pouso emocionante há um ano e as descobertas científicas obtidas desde então – nos levam em direção a uma maior exploração, incluindo o envio de seres humanos a um asteroide e à Marte”, disse o administrador da Nasa, Charles Bolden. “Trilhas de pneus de hoje nos levarão a marcas de calçados no futuro.”

O Curiosity já forneceu mais de 190 gigabits de dados; retornou mais de 36.700 imagens completas e 35 mil imagens em miniatura; disparou mais de 75 mil feixes de laser para investigar a composição de características planetárias que tinha por alvo; e percorreu cerca de 1,6 quilômetros.

A equipe do Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato, onde se gerencia a missão, está prevendo que nos anos vindouros o jipe-robô ainda continuará a transmitir dados e fotos para os ávidos cientistas. Enquanto isso, outra missão para Marte está sendo preparada para lançamento. A espaçonave Evolução da Atmosfera e Ambientes Voláteis em Marte (Maven) está sendo testada e ajustada para lançamento em novembro.

A Maven se dedicará a examinar a atmosfera superior de Marte, a primeira missão a fazê-lo. Imagina-se que as mudanças climáticas que ocorreram no planeta possam ter sido causadas, em parte, pela perda de gás atmosférico, levado pelo vento solar. Espera-se que a Maven colete dados que permitam aos cientistas compreender melhor os processos que operaram esse fenômeno.

Cientistas de todo o mundo têm estudado os dados enviados pelo Curiosity. As agências espaciais do Canadá, da Rússia e da Espanha forneceram sistemas operacionais importantes para a espaçonave ou para o MSL, e continuam envolvidas com a sua operação.

FONTE: HP DIGITAL  http://iipdigital.usembassy.gov/st/portuguese/article/2013/08/20130808280304.html#ixzz2eJly6kTi