Pulsar é um sistema binário que orbita em torno do centro de gravidade comum a uma estrela de nêutron altamente magnetizada (quadro acima) e de uma menos massiva (quadro abaixo). A estrela de nêutron gira muito rápido, emitindo duas faixas de ondas de rádio (faixas estreitas roxas, no primeiro quadro), mas essa rotação diminui gradualmente ao longo de milhões de anos e sua atração gravitacional começa a puxar matéria de sua companheira.
Com isso, os giros voltam a ser muito rápidos novamente, mas o acréscimo de densidade amortece as emissões na banda de rádio, sendo visíveis apenas em raios x (feixes brancos mais largos, no quadro abaixo).
Só quando o pulsar expande sua magnestofera é que consegue empurrar o material sugado para longe, intensificando, novamente, a emissão de rádio.
A oscilação entre esses dois estágios acontece ao longo de várias centenas de milhões de anos, explica a ESA, até que a estrela companheira evolui para uma anã-branca (estágio final de vida) e o pulsar vira apenas uma emissora de rádio.
O estudo que envolveu equipe da ESA e XMM- Newton, juntamente com o acompanhamento de observações da NASA, satélites Chandra e pelos telescópios terrestres, os cientistas finalmente conseguiram capturar um pulsar no ato de sua mudança entre os dois passos evolutivos: a variação entre emissões de raios x e ondas de rádio.
"A busca finalmente acabou: com a nossa descoberta de um pulsar de milissegundo que, dentro de apenas algumas semanas, mudou de ser acréscimo da potência e Raio-X, finalmente temos o elo que faltava na evolução pulsar ", diz Alessandro Papitto do Instituto de Ciências do Espaço, em Barcelona, Espanha, que liderou a pesquisa publicada esta semana na revista Nature.
Veja o vídeo da Agência Espacial Europeia que demonstra a oscilação do pulsar clicando aqui.
Fonte: ESA – Agência Espacial Europeia http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Missing_link_found_between_X-ray_and_radio_pulsars