Astrônomos encontram buraco negro no centro da nossa galáxia

O que existe no centro da Via Láctea? Durante muitos anos, os astrónomos suspeitavam que existia um buraco negro no centro da nossa Galáxia, mas não tinham a certeza. Só recentemente, após 15 anos a monitorizar regularmente o Centro Galáctico com telescópios do ESO - European Southern Observatory, nos Observatórios de La Silla e Paranal, os cientistas obtiveram finalmente provas conclusivas. Leia o artigo completo com fotos e vídeo de como funciona um buraco negro clicando em "leia mais".

A densidade de estrelas no centro da Via Láctea é tão elevada que foram necessárias técnicas especiais, como a Óptica Adaptativa para aumentar a resolução do VLT (Very Large Telescope). Os astrónomos conseguiram observar estrelas individuais, com uma precisão sem precedentes, à medida que elas rodavam em torno do Centro Galáctico. As suas trajectórias mostraram, de modo conclusivo, que elas devem estar sujeitas à imensa atracção gravitacional de um buraco negro, com uma massa que é quase três milhões de vezes a massa do Sol. As observações do VLT também revelaram clarões de radiação infravermelha a emergir da região em intervalos regulares. Embora a causa exacta desse fenómeno ainda seja desconhecida, os observadores sugeriram que o buraco negro possa estar a rodar rapidamente. Seja o que for que esteja a acontecer, a vida de um buraco negro não é calma nem sossegada.

"Necessitávamos de imagens ainda mais nítidas para decidir se é possível uma outra configuração, que não um buraco negro, e contámos com o VLT do ESO para nos dar essas imagens. Começou, efectivamente a era da física observacional dos buracos negros!"
Reinhard Genzel, Director do Instituto Max-Planck para a Física Extraterrestre


Entenda o que é um buraco negro


Os astrónomos também usaram o VLT para observar o centro de outras galáxias que não a nossa, onde encontraram de novo sinais claros de buracos negros super-massivos. Na galáxia activa NGC 1097, conseguiram observar, com um detalhe sem precedentes, uma rede complexa de filamentos que se deslocam num movimento em espiral em direcção ao centro da galáxia, o que proporcionou pela primeira vez uma visão detalhada do movimento da matéria a ser canalizada, da região principal da galáxia em direcção ao seu núcleo.

Fonte: ESO European Southern Observatory
http://www.eso.org/public/brazil/science/gc/

O VLT Very Large Telescope


O Very Large Telescope ou VLT é uma instalação do European Southern Observatory - ESO, que consiste na construção e no funcionamento do maior conjunto de telescópios ópticos do mundo em uma única localização.


O Very Large Telescope é constituído por quatro telescópios de espelho primário de 8,2 m de diâmetro em edificações distintas, mas próximas uma das outras, que podem funcionar de forma independente ou de forma combinada. Eles captam luz visível e infravermelha.

Estes telescópios estão erguidos no Observatório Astronômico Cerro Paranal, localizado em Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no norte do Chile. O centro de operações da ESO está em Garching bei München, Alemanha.

Cerro Paranal é uma montanha de 2.635 metros de altura, rodeada por uma região de clima desértico, distante de centros populacionais.