Do UOL, em São Paulo 06/09/2013
Pesquisadores da Nasa descobriram que a inversão de polos do Sol, que marca um novo ciclo de atividade a cada 11 anos, ocorre devido a uma dupla camada de circulação, com fluxos ocorrendo um por cima do outro, e não um simples fluxo como os cientistas pensavam.
Uma divisão de pesquisas da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) estudou como o núcleo do Sol se movimenta, para entender melhor a inversão de seus polos, e fez uma descoberta que contraria o que se pensava sobre o tema.
Dentro do Sol existe uma complexa corrente magnética chamada dínamo, responsável por movimentar o material contido no interior do astro, fazendo-o trocar de posição a cada 11 anos. Essa troca de polos indica que o ciclo de atividade do Sol está chegando ao seu ápice.
Portanto, para os cientistas, conhecer esse comportamento permite prever com mais precisão a intensidade dos próximos ciclos solares.
Ao estudar a movimentação do dínamo, a equipe liderada por Junwei Zhao constatou que em vez de um fluxo simples do dínamo - que primeiro iria em direção aos pólos e, em seguida, de volta para o equador -, o material no interior do Sol se move por uma dupla camada de circulação, com fluxos ocorrendo um por cima do outro. Ampliar Sondas espaciais registram atividade do Sol.
Uma equipe internacional liderada por astrônomos da USP (Universidade de São Paulo) identificou o mais velho gêmeo solar conhecido até hoje: a estrela HIP 102152. Situada na constelação do Capricórnio, a 250 anos-luz de distância da Terra, o astro tem 8,2 bilhões de anos de idade, quase o dobro do nosso Sol, estimado em 4,6 bilhões de anos.
Acima, concepção ilustra a evolução de uma estrela parecida com o Sol, desde o seu nascimento, uma protoestrela presa no disco de poeira (à esquerda) até, após se aquecer gradualmente, se expandir e virar uma gigante vermelha (à direita). O estudo anunciado nesta quarta-feira (28) será publicado no periódico "Astrophysical Journal Letters".
Sistema de dupla face
Assim, o movimento de fluxo em direção aos polos ocorre em uma camada mais próxima da superfície solar, com o material interno do Sol escoando de volta para sua região do equador por meio de uma camada.
No fundo dela existe uma segunda corrente de material movendo-se na direção dos polos, criando um sistema de dupla face em que os fluxos se movimentam um sobre o outro. "A ciência sempre descreveu o comportamento do dínamo de forma mais simples.
Agora, descobrimos que não é bem isso que acontece", explica Zhao, em comunicado. "Os padrões de fluxo que encontramos diferem totalmente desse conceito." Com essa descoberta, o grupo elaborou e distribuiu a outros cientistas um mapa em que é traçada essa movimentação mais sofisticada do dínamo.
Agora, o próximo passo é comparar a movimentação observada no Sol com os modelos estabelecidos pelo estudo para entender como esse conhecimento pode melhorar o que os astrônomos e os físicos sabem em relação à ação solar magnética.
Fonte: UOL http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/09/06/nada-descobre-como-ocorre-inversao-dos-polos-do-sol-a-cada-11-anos.htm